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A ODONTOLOGIA E O

CÂNCER DE BOCA

Radioterapia

A radioterapia é uma especialidade médica utilizada no tratamento do câncer de cabeça e pescoço que pode provocar efeitos colaterais importantes aos tecidos bucais. Tais problemas são dose-dependentes e dependem, também, da rádio-sensibilidade e/ou rádio-resistência dos tecidos e do paciente. Radiomucosite, cárie de radiação, hipossalivação, osteorradionecrose são algumas das sequelas desse tratamento. A avaliação da condição bucal e o acompanhamento pelo cirurgião-dentista preferencialmente antes de se iniciar o tratamento radioterápico, durante e após a radioterapia podem minimizar os danos causados aos tecidos bucais e melhorar consideravelmente a qualidade de vida do paciente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

ANTÔNIO, A. M. M. P. et al. Reações Adversas da Radioteparia: Cuidados Pré, Trans e Trans e Pós Operatório. Revista Odonto, v.9, n.19, p.12-9, 2001.

LOPES, M. A. et al. Reconhecendo e Controlando os Efeitos Colaterais da Radioterapia. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., v.52, n.3, p. 241-44, mai./jun. 1998. 

NÉMETH, Z. et al. Possibilits of preventing osteoradionecrosis during complex therapy of tumors of the oral cavity. Pathol. Oncol. Res., v.6, n.1, p. 53-58, 2000. 

PARISE JR, O. Câncer de Boca: Aspectos Básicos e Terapêuticos. São Paulo, Savier, 2000.

Santos, ACM; Noguti, F; Mendes, FCA; Alborghetti, GP; Pereira, MB. Complicações Bucais no Tratamento Radioterápico. www.odontologia.com.br, dez. 2004. 

SOUZA, E. W. de; BARBOSA, J. R. A. Procedimentos Odontológicos em Pacientes Submetidos a Radioterapia de Cabeça e Pescoço. Odont. Mod., v.18, n.5, p. 23-25, set./out. 1991.

INTEGRANDO A SAÚDE BUCAL

AO

CORPO HUMANO

Prevenção - Função - Estética

Os efeitos colaterais importantes aos tecidos bucais podem incluir:
  • RADIOMUCOSITE: A sensibilidade da mucosa bucal à radioterapia depende do estágio do ciclo de suas células. As células epiteliais da mucosa bucal se dividem rapidamente, tendo assim, baixa resistência à radiação. A mucosite geralmente se desenvolve a partir da segunda semana do início da terapia, com doses de 2500 a 3000 cGy. A mucosite durante a radioterapia merece atenção muito antes do seu surgimento, já que com o agravamento do quadro o paciente não consegue alimentar-se o que pode levar à suspensão da radioterapia e, consequentemente, em um avanço do tumor. O uso do laser terapêutico de baixa intensidade, entre outras formas terapêuticas, está indicado nesses casos, com ação analgésica, anti-inflamatória e de reparação tecidual. 

  • CÁRIE DE RADIAÇÃO: Com a radioterapia há uma mudança na flora bucal que se torna ácida, promovendo o aumento de S. mutans, lactobacillus e cândida. A saliva sofre diminuição de seu volume e alteração de suas qualidades. Tais alterações propiciam o desenvolvimento de um tipo de cárie que ocorre principalmente no terço cervical, iniciando-se pela face vestibular e posteriormente pela lingual progredindo ao redor do dente, como uma lesão anelar, que pode levar à amputação da coroa. A cárie de radiação se desenvolve de maneira lenta e sem sintomatologia dolorosa e pode surgir até após 1 ano da terapia. A radioterapia também tem efeito direto sobre as estruturas dentárias facilitando o progresso da cárie. O tratamento mais eficaz nesses casos é a prevenção. Assim o paciente deve ser orientado quanto à higiene bucal, restrição de açúcares na dieta, uso de saliva artificial ou goma de mascar para estimular a secreção salivar e aplicação tópica de flúor. 

  • HIPOSSALIVAÇÃO: Durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço as glândulas salivares podem ser afetadas por estarem dentro da zona de irradiação, Assim, ocorre alterações morfofisiológicas das mesmas com consequente diminuição do fluxo salivar. Os pacientes com hipossalivação geralmente se queixam de uma sensação de ardor bucal, dificuldade de deglutir alimentos secos, dificuldade de falar, diminuição do paladar, úlceras em mucosa e aumento de lesões cariosas. Para reduzir o desconforto ocasionado pela hipossalivação pode ser utilizado, além da saliva artificial, estimuladores da salivação, como laserterapia e eletroestimulação neuroelétrica transcutânea.

  • OSTEORADIONECROSE: A radioterapia provoca uma inflamação do endotélio dos vasos sanguíneos reduzindo o calibre dos mesmos e consequentemente levando o osso a uma menor irrigação. Com menos irrigação o osso torna-se mais vulnerável a infecções, impossibilitando as exodontias pós-radioterapia. Por este motivo, também, os pacientes devem ser avaliados previamente à terapia irradiante para que exodontias, se indicadas, possam ser feitas antes do início da radioterapia. Quando instalada, a osteorradionecrose merece atenção diária e corretas indicações de tratamento. 

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